Introdução à série poesia adolescente: Uma sonhadora romântica

Era assim, aos 12, 13, 14… até a beira dos 23 anos, era ainda assim. Uma sonhadora romântica. Redundância? Não pra ela. Vivia em um mundo cor de rosa, só seu. Chocada no calor do ninho, por tempo demais, era virgem de sociabilidade. Seu quociente emocional, contrastava imensamente com o intelectual. Era o que poderia se considerar a grosso modo, uma boba. Ainda assim, se mantinha viva. Sobrevivera onde alguns sucumbiriam. Vencera loooonga metamorfose.
Fora fruto de um sério conflito de gerações. Fora fruto da ditadura. Suas ideias juvenis, eram consideradas subversivas pela educação da época e então, rechaçadas. E como todo dissidente, fora exilada.
Do exílio do seu quarto, através das janelas, contemplava um mundo do qual se sentia distante.
Expressar-se com palavras, poderia ferir, machucar, ofender, melindrar. Prolongar ainda mais o exílio. Então, sabiamente ou covardemente, mantinha a boca calada. Se haviam livros, que viajasse neles. Se haviam cadernos, que neles extravasasse as palavras tolhidas. Sem ferir mais ninguém. Eram um segredo. E eles, mudos,cúmplices, guardariam segredo.
E assim vinham, não se sabe de que recôndito de sua mente, ou de seu coração, canções de exílio. Todas elas, muito carregadas de emoção. Foi assim que sobreviveu. Escrevendo e lendo. Redigia a vida que gostaria de ter, um dia. Socializar, com seu parco Q.E. seria, ainda nem sabia, um desafio e tanto.
Hoje, inicio uma série que dificilmente será compreendida por alguém que nunca tenha sido encarcerado: As poesias adolescentes. Um passado, redivivo e passado definitivamente a limpo. Essa pessoa, não existe mais. Suas lágrimas, teceram em torno de si  um casulo do qual, emergiu uma borboleta, que acostumada ao escuro, buscava em cada fresta, uma réstia de luz. Mas as poesias, textos, ficaram, e também fazem parte da história. Por isso, depois de muito tempo, estão aqui.

Por Cris V.

Comuns

Não curta, não comente, nem compartilhe! Se acha que é balela, simplesmente nem dê trela. Eu não vou me calar porque você toma o que eu digo como algo pessoal!
Ainda assim, se as bobagens que escrevo te fizerem questionar e repensar por um segundo, já valeu! Se não, esqueça! Essas são as minhas reflexões. Não lhe dizem respeito. E eu te respeito, não cito nomes. Não é sobre você. Nem é sobre a gente. É sobre gente. Gente que erra, tentando acertar. Gente que tenta.
Ademais, se uma história pode ajudar, que tem isso de mais? A minha história, a sua história, a história de cada um de nós está sendo escrita na mesma pagina em branco da História. No senso comum. Se entrelaçam. Não tente negar.
Queiramos ou não, nosso pensamento só é nosso, da boca pra dentro (até que desenvolvamos a telepatia, daí, não mais). Da boca pra fora, todos os pensamentos são coletivos. São iguais. Não pertencem mais a a gente. Pertencem à gente. À humanidade em geral.
Ninguém jamais saberá quem foi o autor de uma história como a sua, a minha. Os grandes heróis quase não tem mais espaço em nossos dias. Não há mais uma pessoa a quem caiba mudar a historia. Essa tarefa, hoje, cabe a cada um de nós.
Não se sinta em exposição. Afinal nos expomos todos os dias nas vitrines das redes sociais. Nos consultórios, nas academias, salas de aula. Nos expomos todos os dias, nas aventuras amorosas da vida. Nas baladas. Nas bebedeiras. E nem nos damos conta, não é? No outro dia, só ressaca! O que foi feito, foi feito, e ninguém mais fala a respeito.
É assim com todo mundo. Você é só mais um. Quem nunca errou, seja o primeiro a contestar! Inevitável! Somos um poço de erros, em busca do acerto ao final. Somos um poço de duvidas em busca do conhecimento. Somos um bando de cegos a procura de luz.
Então não se sinta culpado. Não é sobre você ou eu. É sobre todos nós, seres humanos, falhos. Cosmos individuais em disputa com as demandas da espécie.
Nesse ponto, sinto lhe informar, mas você não é especial. É apenas mais um, como eu e todos os outros. Coletivo. Comum.
Os erros são idênticos. E ficaram para trás. Agora, meu caro, vamos ser diferentes, e buscar o acerto afinal!
Por Cris Vaccarezza

O que há em mim. E, (é claro) o muito que me falta.

Quer saber, cansei! Cansei de esperar por alguém que não comprou bilhete pra embarcar em minha história.  Cansei de esperar que alguém desembainhe sua espada e se ponha em minha frente para lutar contra a solidão. Não! Não preciso de um arremedo de companhia!
Preciso de reciprocidade, de intimidade. De companhia só, não! Sou só! Não! Sou feliz sozinha. O que me incomoda é a falta. Não a sua. A falta da consideração. Ando sem saco pra mesmice. Pra gente que marca e não aparece. Pra gene que fala e não cumpre. Pra gente que escreve e não lê. Pra gente formal. Ando sem saco pra fazer sala. Me refugiando na distância. Preciso de silêncio, pra ouvir meus pensamentos.
Preciso entender a menina que mora em mim. Preciso encarar, algo em mim simplesmente não se enquadra em multidão. Não sou Maria vai com as outras. Já tentei me enturmar, juro. Ir, conforme a maré. Deixar a vida me levar. Mas sou chata, tacanha! Não consigo ser normal, padrão.
Tenho gostos esquisitos. Valorizo coisas que a maioria considera idiota. Gosto de coisas simples. De lembranças pequenas, quase sem valor monetário. De gente que ri de si mesmo. Perco tempo lendo coisas que ninguém lê. Ouço músicas que ninguém entende. Depressivas, dizem. Não pra mim!
Além do mais, tenho um defeito imperdoável: Teimo em só me dar de verdade, com calor, com vontade. Teimo em só me dar com intimidade. Já tentei me emprestar por aí, mas não dá. Não posso fingir pra mim mesma. Não posso viver de agradar. Quero reciprocidade, lembra? E isso é inaceitável em nossos tempos modernos, tão descartáveis, tão superficiais.
Muitas vezes prefiro engolir sapo a provocar uma briga. E foram muitos sapos. Quase uma lagoa inteira. Mas aí, de repente, uma fagulha de nada e…bum! Minha paciência vai pelos ares! Fecha o tempo, desce a trovoada e a atmosfera pesa por breves 15 segundos. Sou assim.
Então, de algum lugar, um lapso de razão me faz compreender o quanto estou sendo ridícula  Cena boba, imatura e infantil e volto a ser cordata, como antes. Razão não há. Motivo também, talvez não. Tampouco rancor. Não, isso certamente não há.
O que há é uma menina loba. O que há é uma menina boba. O que resta é uma menina tola, sensível e de paz, no corpo de uma mulher cansada de guerrear por algo em que nem sequer, acredita.
Não, eu não tenho tanta pressa. Por hora, fico aqui na estação. Jamais perdi o trem. Ele é que se atrasou. Por hora, me bastam a companhia dos lendários, imagináveis e idealizados heróis de tinta e papel. Vou ficando por aqui…
Por Cris Vaccarezza

Carta aberta a um ausente ²

Então é assim, como você me disse que iria ser: Os rios correm para lados diversos do vale, depois de se encontrar. A vida é assim…
Lembro disso, como lembro de você às vezes. Na verdade, mais vezes do que gostaria de lembrar. Diante da janela cinzenta do seu Msn, offline, invisível, escondido, eu sinto que você está lá. Mas se esconde, como Grey, no cinza. Prefere não aparecer, não voltar. Sabe que te dói o que foi talvez a tua única recusa. Sabe que te dói a ausência que cura, do desejo que destruiria, sem pestanejar. Eu nos poupei da sua sanha assassina. E assim, imortalizei nosso querer.
Mas você não entende isso, não dessa maneira. Prefere achar que os olhos não combinam com a boca, que se contradizem. E agora, alta madrugada, aqui estou, frente à tela fria, tentando de alguma forma, tocar você. Raro, mas de repente deu saudade de nossas conversas intermináveis. De tua sedução impertinente. De tua mania de caçador.
“Nunca publique textos que não sejam seus” Você me disse um dia. Assim foi feito. ‘Coloque uma foto que ilustre o texto, e ele ficará marcante” Assim foi feito. Como você pode ver, isso aqui continua da mesma forma que você deixou, vai ter sempre a sua cara.
E você sabe, diante da impossibilidade de te encontrar no Msn, no Face, te visitei no que resta de mais espiritual em ti, te visitei no blog. E li seus posts. Quem dera fossem sobre mim. Me senti lisonjeada por ter mantido contigo conversas num nível tão elevado. Você escreve bem. Continua escrevendo muito bem. Da mesma maneira visceral e apaixonada de antes. Então, foi lá que fui te ver. Em vez de te ligar, fui ver o desaguar de sua paixão, no único sítio em que se permite apaixonar. E matei minha sede em seus ideais, saciei a saudade em suas ideias. Já não sinto tanta saudade. Ela existe, agora, mais amena. Só a ausência. E aqui estão as janelas lado a lado de blogs irmãos…
É isso, ouvindo velhas canções, lembrei de velhos amigos, de prosas sinceras, de farpas trocadas e de beijos que nunca aconteceram. Não posso conter um sorriso nesse momento. Rio, pensando no quão intensa nossa relação casta pôde ser. Intelectualmente intensa. Fisicamente, absolutamente casta. E por fim, você também leu “Quando Nietszche Chorou.”, Coincidência…. Acabei de ler, Pensei em discuti-lo com você. Você que é tão cético, tão resistente, tão Nietszche…
Então, é isso, meu caro ausente. Só saudades… Seria você o anônimo que me visitou? Ainda lê meus textos, que prometeu e nunca leu? Perguntas sem resposta. Perdidas (para sempre) na bruma da distância…Só saudades! Fica bem! Que seja feliz, que encontre a mais bela aprendiz para as suas artes de amor! Que por fim, um dia encontre, quem sabe o último Beija-flor azul!
Por Cris Vaccarezza

Da oferta e da procura

Autoajuda, ajuda? Sim, não, talvez? A discussão é imensa. Autoajuda não é literatura. A despeito dos narizes torcidos, dos pseudointelectualismos estéreis, dos academicismos e preconceitos diversos, acredito que a resposta para essa pergunta não se resume a um simples sim ou não.
A resposta correta talvez seja: depende.
Depende da necessidade de quem busca a ajuda.
É que remédio, do chá de ervas ao último lançamento da nanotecnologia, só faz efeito em que precisa. Mais que isso. Só faz efeito em quem busca um remédio.
De nada valerá encontrar um amor perfeito se isso não é o que você busca. De nada valerá uma excelente terapia, se você não quiser se conhecer. De nada valerá o melhor médico, se você não se sentir doente.
Assim, para quem busca ajuda, talvez a autoajuda seja um bom começo. Generalizar é um erro. Muitos são autodidatas. Ainda não tem tempo, recursos ou coragem de buscar outro tipo de ajuda. Mas tem a necessidade. Tem questões que anseiam por respostas.
Se tem algo capaz de mobilizar alguém são as perguntas. Elas geram inconformismo, nos convidam a sair da zona de conforto, a buscar uma rota alternativa.
E nesses casos, sem generalização, a autoajuda pode ajudar. Se ela bastará? Isso é uma outra questão.
Por Cris Vaccarezza

Autômatos

Trabalhamos muito. Trabalhamos dia e noite, em prol da família  mas marido e mulher praticamente nem se falam. Nem mais um boa noite se ouve antes de cada um virar para o lado e sonhar com seus próprios anseios.
Dormindo em camas box, com travesseiros de pluma, cada um sonha com o amante, com aquilo que lhes apaixona, ou o amor idealizado que queriam ter. Já não conversam. Ele sai muito cedo, ela trabalha até tarde… E quando se encontram, na cama, o encontro é apenas carnal, as almas estão longe. Ele, querendo gozar para relaxar, ela, tentando relaxar para gozar… Mas quem disse? Às vezes tem que abstrair, pensar na lista do supermercado, na vacina atrasada do cachorro, na rotina diária do seu trabalho, para esperar aquele ser, que ela nem conhece mais, RELAXAR! Ufa! Até que enfim…
Nem se precisa dizer mais nada, agora é seguir a rotina… Amanhã, é acordar e ir levando, esperando que ele já chegue relaxado dessa vez.
Discutir relação, dizer o que lhe dá prazer, é algo chato, que não vai resultar em nada, ela finge que fala, ele finge que escuta,no íntimo, o homem acha a mulher complicada, a mulher acha o homem insensível, e no meio, fala-se algo sobre os filhos, e tudo bem…
Os filhos então, esses são uns poços de neurose, acordam cada vez mais cedo para a rotina da escola que os escravisa agora de segunda a sábado, já não fazem amigos, têm orkut, tem encontros virtuais. Já não vivem a infância.
Já nem jogam videogame, os jogos exigem persistência e isso os jovens de hoje já não tem, nem tempo, nem paciencia, escrevem tudo abreviado, numa sede desenfreada do falar, do dizer, do tclr…
Para fazer o que andamos fazendo, não precisamos ser humanos. Os computadores, se programados, poderiam executar muito bem essas funções. Onde estão a alegria, o prazer, o amor, a ternura, a amizade, a compreensão?
Paremos um pouco de fumar nossos narguiles, de tomar nossos whiskys, de malhar nossas três horas diárias, de teclar compulsivamente em nossos computadores, de ler mensagens de power point e rir, e chorar diante a tela fria do computador…
Vamos parar de tomar anestesia e deixar que nos arranquem os dentes, nos arranquem a vida, nos arranquem a alma pela boca, enquanto engolimos um gole de cerveja. Estamos nos matando!
Criticamos aquele que em um ato desesperado, tira a própria vida… mas não percebemos que estamos fazendo a mesma coisa, só que mais lentamente, mais burramente, em doses homeopáticas…
Vamos pensar um pouco em nossas vidas, vamos olhar para nossos filhos, ver como estão crescidos, nos orgulhar ou não do que fizemos por eles, e mais, dos que fizemos COM eles… Quando foi que você viu seu filho sorrir pela última vez? E então, ele sorria para você, ou DE você? Quando foi a última vez que você virou criança e brincou com ele daquilo que ele gosta, um jogo, um livro, pular amarelinha, esconde esconde…
Quando foi que você deu ao seu filho um presente de verdade? Não os carrinhos ou videogames, mas as histórias da sua infância, as experiencias que você viveu na idade dele…
Quando foi a última vez que você parou para ouvir a voz de seu filho? Não como aquela interrupção impertinente quando você está trabalhando, mas como um convite para amar? E dançar? quando foi a última vez que você dançou?
Quando foi a última vez que você amou, quando foi a última vez que você fez um elogio, um carinho, uma declaração de amor? Quando foi a última vez que você se apaixonou? E o último beijo, quando foi?
Pensemos… estamos morrendo em vida… há muito tempo não fazemos nada disso com emoção. E o que é a vida senão a soma de emoções, o que é a vida senão for vivida intensamente?
Afinal quem tem certeza de que teremos outra chance de fazer tudo isso amanhã? Faça hoje! Faça agora!
Por Cris Vaccarezza

Adão, a personificação de uma nação

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.”
Eu era pequena e me contavam essa história. Deus criou o homem, e de sua costela, fez a mulher, deu a eles o Paraíso  mas proibiu que comecem a maçã, fruto do conhecimento. Ao comerem o fruto, cometeram o pecado original e foram expulsos do Paraíso.
Uma história que a principio explica, mas por si, não justifica nada. Se não vejamos cientificamente alguns fatos:
Deus criou o homem do pó e da lama. No pó e na lama realmente estão presentes os principais elementos constituintes da célula. Carbono. Soprou o sopro da vida. Adicionou ao processo gases, nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, e a vida se fez. De forma alegórica e poética.
Proibiu de comer o fruto da arvore do conhecimento já não é tão fácil de explicar. Ele os proibiu de pensar? Prefiro ficar com o Cristo, que afirmava: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará!”
Em seguida, avancemos no tempo, pecado original cometido, expulsos do paraiso, nascem Caím e Abel. Temos quatro seres humanos. A bíblia diz que Caím matou Abel. De onde vem o resto da humanidade? Caím se casou. Com quem, se só havia de mulher na terra a sua própria mãe? Nesse ponto, concordo com as teorias de que Adão não seria um homem. Mas uma raça. A raça adamica. Que foi uma das raças primitivas que povoou a terra e de um ponto especifico da terra, espalhou-se, juntando-se com outras raças, expulsos de territórios hostis, conquistando outros territórios e expandindo-se crescendo e multiplicando.
Talvez, de tudo isso, o mais importante a recordar, seja exatamente o final da citação:”E o homem passou a ser alma vivente” sim, alma vivente, pois a vida reside na alma que lhe dá sentido, não no corpo, perecível que lhe serve provisoriamente de morada.
Isso seria uma forma mais inteligente e aceitável dos textos alegóricos da bíblia, que não pode ser interpretada ao pé da letra.
Por Cris Vaccarezza

Divino, por acaso

“Que é Deus? – A inteligência suprema. Causa primeira de todas as coisas.”
(O livro dos espíritos, pág. 51- Parte primeira, capitulo 1)
Tenho percebido intrigada, de que maneira a interpretação equivocada de uma palavra, de um pensamento, de um escrito, ou livro, pode modificar posturas por aí a fora.
Quando ouço alguém se dizer ateu, normalmente me pergunto, será que ele procurou direito?
Embora respeite a posição de cada um, não vejo como, sendo racional, inteligente, atribuir ao acaso construções tão complexas. E olha que somos ínfimos. Nada conhecemos do universo. Vivemos presos em um corpo de carne, em contato com o mundo através de cinco pobres sentidos. Audição, visão, olfato, tato e gustação. Nos achamos o topo da cadeia evolutiva, no entanto, muitos animais tem sentidos mais avançados que os nossos. Já começamos pobres em referencia. Difícil pois, basear nossas crenças no que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos ou percebemos o gosto.
Limitados que somos, não conseguimos ainda dimensionar nossa própria morada, nosso planeta, nossa galáxia, pretendemos ser os senhores do universo… Quanta prepotência !
Então, algum dia, alguém nos disse que Deus era um homem velhinho que mora no céu e mandou seu filho à terra para morrer na cruz e salvar a humanidade. Até certa idade, essa história nos convence bem. Mas então crescemos e começamos a perceber as desigualdades. Uns nascem perfeitos, outros, especiais. Uns nascem com posses, outros, com necessidades. Uns nascem em paz, outros, em meio à guerra. Uns nascem sãos, outros, em franco padecimento. Então, a razão nos questiona que Deus é esse, que permite tais disparates?
É quando buscamos os mais velhos, e eles não tem respostas, crêem porque lhes disseram para crer. Nunca se questionaram o por que. Recorremos aos velhos livros, à bíblia, e lá encontramos um Deus punitivo e cruel, que ordenava que um pai matasse seu filho para satisfazê-lo. Que ordenava sacrifícios materiais. Nossa confusão se torna ainda maior, e permitimos que o conhecimento humano equivocado, construa um abismo entre nós e Deus. Confundimos Deus com religião. Esquecemos que a religião também é produto do homem e tão imperfeita quanto. Deus é maior que qualquer religião.
Religião significa religação do homem a Deus (através do pensamento de outro homem). Mas na verdade, nunca foi dito que o homem necessitava de outro homem para ligá-lo a Deus. Deus está dentro de nós. Adotamos livros que dizem que Deus nos criou à sua imagem e semelhança, quando nós, seres humanos é que o criamos à nossa imagem e semelhança, dando a ele defeitos humanos, limitações humanas. A pequenez humana.
Deus não é material, ele não é limitado, como nós o concebemos. Deus é infinitamente justo e bom. Quando Jesus o chama de Pai, não o faz materialmente, como sendo o seu pai e ele o único filho de Deus, mas sendo Deus nosso pai. Pai de tudo o que há. Inteligência maior. Autor de todas as coisas. Arquiteto, engenheiro. Mentor inclusive, das parcas inteligências que possuímos. Deus é maior que tudo o que ousamos sonhar. Deus é onipresente, onisciente, único, e incognoscível aos nossos sentidos rudimentares.
Não é possível chegar a Deus através do homem. Pois o homem se comunica pela palavra e essa, é facilmente corrompida. Se queremos buscar a Deus, devemos buscá-lo dentro de nós, na perfeição da natureza, nas obras complexas que Ele criou.
Podemos ainda vê-lo, através da certeza científica de que não há efeito sem causa. Pelo efeito, podemos começar a dimensionar a causa. Então, parta do seu microcosmo, da sua célula inicial, do momento da sua concepção, para o universo, as galáxias distantes, perceberá que tudo se harmoniza perfeitamente. Está aí o efeito. Pode esse efeito, tão perfeito, ser fruto do acaso?
Se o for, diante desse acaso, eu me curvo, e o reverencio, e o amo. Pois pra mim, esse acaso é denominado Deus.
Por Cris Vaccarezza

Moreno…

Essa cor naturalmente impressa em sua pele, começa a acordar, despertar, eclodir, ainda mais nesses dias quentes de verão. 
Já não bastasse o calor típico da estação, vem você com esse sorriso tipo colar de pérolas. Com essa barba por fazer, que desenha um maxilar perfeito pra anatomista nenhum questionar. 
E com esse olho! Nossa, o olho é de matar!
Coisa indecisa é esse olho seu… tem dias que está mel, momentos de ser verde e nuances de verde azulado. 
Azulado ainda mais pelo sol de piscina quando te vi agora da última vez. Fico sem saber o que combina mais com você!
Por Cris Vaccarezza